Betsy Stockton
A
primeira mulher solteira a servir como missionária no estrangeiro foi a
americana Betsy Stockton, mulher negra e ex-escrava, que foi para o
Havaí, em 1823.
Certa
de que Deus a chamara para servir como missionária no exterior, ela
candidatou-se ao cargo na Junta Americana e os diretores concordaram em
enviá-la para o estrangeiro - mas apenas como empregada doméstica de um
casal missionário.
Apesar
de sua posição inferior, ela foi considerada "apta para ensinar" e lhe
permitiram dirigir uma escola. Mais tarde, viajou para Bombaim - Indía,
onde serviu fielmente durante 34 anos na Missão Mirathi.
Em
seu livro clássico sobre missões, publicado em 1910, Helen Barret
escreveu sobre o progresso surpreendente das mulheres na evangelização
mundial:
"Trata-se
sem dúvida de uma história magnifica. Começamos fracas, hoje somos
poderosas. Em 1861, havia uma única missionária no campo, em 1909 já
eram 4.710 as mulheres solteiras em ação.
O
desenvolvimento no exterior foi notável. Tendo começado com uma única
professora, no inicio do jubileu contamos 800 professoras, 140 médicas,
380 evangelizadoras, 79 enfermeiras, 578 servidoras e ajudantes
nativas".
Mas
por que tantas mulheres solteiras? O que as motivaria a deixar a
segurança de suas famílias e sua pátria para uma vida de solidão,
dificuldades e sacrifícios? As missões no estrangeiro atraiam as
mulheres por uma variedade de razões:
1.
O fato de de haver poucas oportunidades para o envolvimento num
ministério de tempo integral em seu país, pois os serviço cristão era
considerado uma atividade masculina.
2. O campo também servia para prover aventura e estímulo.
3.
Tinham oportunidades únicas que o homens não tinham em muitos países,
pois através do trabalho feminino o evangelho superou barreiras
culturais e religiosas. Em 1879 a missionária Lottie Moon escreveu:
"Acredito que uma mulher solteira na China vale por dois homens
casados".
4.
As mulheres se distinguiram em quase todos os aspectos do trabalho
missionário. Elas estabeleceram escolas no mundo inteiro, incluindo uma
Universidade para oito mil alunos em Seul - Coreia.
5. As Escrituras foram colocadas a disposição pela primeira vez, para várias línguas através de sua persistência.
6.
Pela coragem delas. Escreveu herbert Kane: "Quanto mais difícil e
perigosa a tarefa, maior o número de mulheres em proporção ao de
homens".
7.
Outra peculiaridade das mulheres nas missões relaciona-se mais com a
sua apreciação do ministério, do que com o ministério em si. As
mulheres, de maneira geral, achavam mais fácil admitir suas fraquezas e
vulnerabilidade e apresentar um quadro mais verdadeiro da vida de um
missionário "super santo".
Vejamos algumas missionárias bem sucedidas no campo:
Charlotte (Lottie) Diggs Moon
- viajou para a China em 1872 e morreu em 1912. Viveu duas vidas
separadas na China. Parte do ano era gasto nas povoações fazendo
trabalho evangelístico e a outra parte ela passava em Tengchow, onde
treinava novos missionários, aconselhava as mulheres chinesas e lia com
prazer os livros e revistas ocidentais. Escreveu inúmeros livros que
abriram caminho para a sua extraordinária influência sobre a Igreja
Batista do Sul dos EUA, escritos estes dirigidos às mulheres para que
dessem mais apoio às missões.
Amy Carmichael
- foi uma inspiração para todas as denominações no Reino Unido. Seus 35
livros descrevendo seus trinta e cinco anos na Índia, fizeram dela uma
das missionárias mais queridas de todos os tempos. Seu caráter era a
chave de seu sucesso para a evangelização mundial. "Tinha um caráter
mais semelhante a Cristo que já encontrei", afirmou Sherwood Eddy,
estadista. Ainda afirmou: "...sua vida foi a mais fragrante, a mais
jubilosamente sacrificial, que já conheci..." Ela morreu em Dohanavur
em 1951, aos 83 anos de idade.
Maude Cary
- Em 1901, navegou para o Marrocos com quatro outros missionários, a
fim de começar seus 50 anos de serviço. Dedicou-se intensamente ao
estudo da língua marroqui. Dirigiu uma escola de línguas e ajudava os
novos recrutas a se adaptarem. Aos 71 anos de idade organizou um
Instituto Bíblico para ensinar jovens marroquianos do sexo masculino,
houve apenas três matrículas. Em 1967 o governo marroquino fechou todo
acesso às missões estrangeiras, pois eram mulçumanos. Setenta e cinco
anos de serviço terminaram. As estações de rádio continuaram a
transmitir o evangelho, mas a pequena igreja marroquina ficou sozinha.
Logo depois a incansável missionária Maude Cary partia para estar com o
Senhor. No seu funeral houve apenas dois ramos de flores, quase nenhuma
lágrima, algumas pessoas, sete das quais eram ministros.
Johanna Veenstra
- Durante os anos 20 a 30, entregou sua vida na África. Morava numa
cabana nativa sem teto e chão de terra. Estabeleceu um internato para
treinar rapazes como evangelistas, o qual chegou a matricular 25 deles
de uma só vez. Ainda achava oportunidades para serviços médicos e
evangelísticos. Suas viagens de vila em vila duravam várias semanas e
eram realizadas em uma bicicleta. Ela era um pioneira preparando o
terreno para outros. Em 1933 ela havia entrado no hospital da missão
para o que julgava ser uma cirurgia de rotina, mas não se recuperou e
faleceu. "De uma cabana de barro para uma Mansão nos Céus.
Dezenas
e centenas de outras mulheres solteiras aceitaram o desafio missionário
para irem ao lugares mais difíceis da terra para levar a mensagem do
amor de Cristo. Muitas delas foram martirizadas no campo missionário,
mas nunca desistiram. Outras nem sabemos os seus nomes, mas no grande
dia do Tribunal de Cristo, lá estarão para receberem a recompensa final
pelo labor realizado nas missões transculturais.
Que
o Senhor continue convocando mulheres dedicadas para a Obra
Missionária, e oremos por aquelas que já estão no campo de batalha,
levando o Evangelho a toda criatura. A Deus toda glória.